O mundo resolveu legislar em favor da maconha. A América Latina – histórica seguidora das tendências européias e americanas – está aderindo a essa moda. Brasil, Argentina, Chile e México já deram a carta de alforria a essa droga, considerada leve.
Para os pais que sofrem com filhos mergulhados no mundo das drogas a partir dessa tal droga “levezinha”, descriminalização é um palavrão que tem influência e efeitos diretos sobre a relação dos seus filhos com as drogas, tema que não se esgota a partir de leis.
O tema é polêmico. Divide opiniões entre especialistas, pais e autoridades. Infelizmente, quem tem o poder de decisão é quem menos quer ouvir.
Pela nova lei sobre drogas no Brasil, consumir, portar, cultivar e comercializar maconha não será mais crime. A legalização, portanto, abrangeria toda a cadeia – produção, distribuição e comercialização em larga escala –, transformando a maconha em um produto como outro qualquer, sujeito a regulamentações, impostos e fiscalização.
Escola, clube, academias, boates e até lanchonetes servirão de vitrine para o consumo de maconha.
- Vai um cigarrinho aí king size com filtro? – Pergunta o garçom.
As “piruas” mais chiques vão perguntar na tabacaria de luxo?
– Tem cigarrete de erva pura natural do vale do São Francisco com Papel Smoking King Size Deluxe?
– Claro! Claro! ¬– Responde a elegante atendente. – Tem também com papel Smoking SMK King Size.
– O luxo de FAIRLANE Slims, feitos na União Europeia – Explicou um distinto senhor que comprava alguns para seu estoque de casa onde faz a cabeça tranquilamente na sua varanda confortável.
Antes dessa discussão, alguns países já deram sinais de complacência com as drogas. O Brasil aprovou em 2006 uma lei que descriminaliza o porte de maconha para uso pessoal. Na Colômbia, não só é permitido o porte de doses de maconha para consumo pessoal como de qualquer droga, incluindo a cocaína, depois que uma Corte Constitucional do país defendeu o direito ao livre desenvolvimento da personalidade. A Argentina está debatendo o tema e, fora da região, os pioneiros na descriminalização do consumo são Suécia, Holanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
Os defensores da legalização argumentam que essa lei poderá surtir mais efeito no combate às drogas que a repressão. Entretanto pode ser um grande “tiro no pé”, pois o que garante que a liberdade de uso poderá atenuar o tráfico? Pesquisas têm confirmado a tese da co-responsabilidade do consumidor pela cadeia do tráfico. O mais leigo sabe que quem alimenta o tráfico é o consumidor, é o uso pessoal, exatamente o que a lei quer liberar. O consumidor da maconha será o alvo da comercialização.
Quantos pais estão aflitos por verem uma porta escancarar-se diante dos olhos ingênuos de seus filhos rumo a drogas pesadas. Quantos filhos não encontraram esse caminho ao experimentar a maconha? Caminho sem volta diga-se de passagem.
Como tudo que é polêmico vira moda, os primeiros anos serão terríveis. Imagino quantos jovens não se arvorarão a consumir maconha pelo simples fato de ser liberado dar tragadas profundas em plena praça, na boate, no pátio da escola.
Cabe à sociedade se manifestar e dar seu parecer. São os pais, mães, avós, tios, professores, líderes religiosos e pessoas idôneas quem devem dizer se querem ou não que seus jovens e as drogas tenham tamanha aproximação.